Aline Rezende (União Brasil), madrasta do ministro da Comunicações, Juscelino Filho, inaugurou estradas, praça e até açudes no município de Presidente Juscelino (MA), onde é candidata a prefeita. Ela está sob investigação por suspeita de abuso de poder econômico.
A candidata entrou na mira do Ministério Público Eleitoral. Órgão investiga, em sigilo, desde março deste ano, se houve abuso de poder econômico e se ela continua inaugurando benfeitorias após ter sido denunciada à Justiça Eleitoral pelo diretório do PL no município. O prefeito da cidade, Pedro Paulo Cantanhede Lemos (PL) é seu adversário e disputa a reeleição. A cidade fica a 95 km da capital São Luís e tem 11,3 mil habitantes.
Obras de poço artesiano, estradas de terra e até casa de farinha. Ao todo, foram seis ações protocoladas na Justiça Eleitoral desde fevereiro, questionando obras “inauguradas” pela madrasta de Juscelino Filho, que não possui nenhum cargo público. Estão na lista abertura de estradas de terra para três povoados, instalação de poço artesiano, construção de dois açudes, construção de praça e de casa de farinha, um local coletivo onde a população do povoado pode transformar a mandioca que planta.
Inaugurações e elogios foram divulgados no Instagram. Postagens que mostram até caminhões e tratores abrindo estradas de terra foram feitas por meio de stories da própria Aline Rezende e de moradores da região. Os vídeos e fotos ficam disponíveis por somente 24 horas e depois somem das redes sociais. Ainda assim, os advogados do PL conseguiram capturar registros das publicações para incluir na ação. Defesa dela diz que ações foram motivadas pela “comoção popular”.
Procurada por meio de seus advogados, a candidata disse que benfeitorias foram motivadas pela “comoção popular de ver melhorias na região” e que sua participação “se deu como a de qualquer outro popular envolvido”.
Ações na Justiça Eleitoral acusam Aline Rezende de propaganda eleitoral antecipada e não houve apuração sobre quem teria custeado as benfeitorias. Procurada, a defesa da candidata afirmou, em nota, que as obras foram “viabilizadas por meio de mutirões realizados pela própria comunidade” e não explicou quem teria custeado os trabalhos.
Procurado, o prefeito afirmou, por nota, que não foi gasto nenhum recurso público municipal nas obras e que elas foram feitas sem “qualquer aviso ou pedido de autorização, tendo as intervenções sido realizadas de forma irregular”. Prefeitura também afirmou ter acionado o Poder Judiciário e o Ministério Público.