Pinheiro: Antes de sair da prefeitura, Luciano Genésio quer tirar empréstimo de 37 milhões; Justiça nega
A decisão da Justiça de suspender o empréstimo de R$ 37,9 milhões solicitado pelo Município de Pinheiro, em resposta ao pedido do Ministério Público do Maranhão (MPMA), destaca a preocupação com a legalidade e a transparência nas operações financeiras públicas. A liminar, concedida em 25 de setembro, impede que o Município avance com a operação junto ao Banco do Brasil até que questões levantadas pelo MPMA sejam analisadas mais detalhadamente. Isso reforça a importância da fiscalização e do controle sobre o uso de recursos públicos.
A liminar da juíza Arianna Rodrigues de Carvalho Saraiva determina que, se a contratação da operação de crédito já tiver ocorrido, ela deve ser suspensa até que haja um julgamento final da Ação Civil Pública. Essa ação foi ajuizada pela promotora Samira Mercês dos Santos em 20 de setembro. Essa medida busca garantir que as questões legais sejam analisadas antes que a operação prossiga.
Irregularidades
Na ACP, o MPMA argumentou que a operação financeira implicaria em uma dívida pública por mais de 10 anos. Isto exigiria uma rigorosa análise sobre os impactos orçamentários e financeiros no Município. O fato foi ignorado pelos Poderes Executivo e Legislativo Municipais de Pinheiro.
Em junho deste ano, a Câmara de Vereadores aprovou, em regime de urgência, o projeto de lei nº 012/2024, que autorizava o empréstimo e alterava a Lei Municipal nº 2.902/2023, que já permitia uma operação de crédito de R$ 20,9 milhões.
Segundo a Promotoria de Justiça, os vereadores ignoraram o parecer que destacava a proibição desse tipo de operação no último ano de mandato e ano eleitoral.
Concurso também suspenso
Devido a irregularidades na contratação da banca organizadora e falta de transparência no concurso público promovido pelo Município de Pinheiro e executado pela Fundação de Apoio Tecnológico (Funatec), o Poder Judiciário determinou, em 8 de outubro, a suspensão liminar do certame. A decisão é resultado de Ação Civil Pública (ACP) ajuizada em 4 de outubro pelo Ministério Público do Maranhão (MPMA).
Em caso de descumprimento da decisão, foi fixada multa diária de R$ 5 mil, limitada a 30 dias.
“A decisão de suspender o concurso visa preservar a administração pública e proteger os direitos dos candidatos, garantindo que o certame seja conduzido de forma transparente e dentro dos parâmetros legais”, afirmou a titular da 1ª Promotoria de Justiça de Pinheiro, Samira Mercês dos Santos.
Na ação, a promotora de justiça relatou que, em agosto deste ano, a Ouvidoria do MPMA recebeu denúncias sobre a falta de transparência e irregularidades na realização do concurso. A contratação da Funatec, oficializada em dezembro de 2023, revelou diversas falhas, incluindo ausência de pesquisa de preço de mercado, em desrespeito às leis de Licitações e das Finanças Públicas.
Também foi constatado que a Funatec utilizou justificativas sem base técnica ou acadêmica para indeferir recursos apresentados pelos candidatos e transferiu a divulgação do resultado das provas objetivas para depois das eleições municipais, sem motivo objetivo. O concurso teve 7.620 inscritos para os 73 cargos divulgados.