Após “chamada” indireta de Sebastião Madeira, deputados aliados ao governo parece que, finalmente, acordaram
Durante a sessão plenária desta quarta-feira (4), deputados da base governista na Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) rebateram duramente acusações feitas pela oposição, especialmente pelo deputado Othelino Neto (SDD), sobre suposta parcialidade da Mesa Diretora no indeferimento de requerimentos parlamentares.
A oposição afirmou que o indeferimento de pedidos seria uma prática nova e indicaria interferência do Executivo sobre o Legislativo. A resposta da base foi rápida, coesa e munida de dados concretos, revelando que a prática já era comum em legislaturas anteriores, inclusive durante a presidência do próprio Othelino Neto, hoje crítico do atual governo.
Iracema Vale reage: “Não há interferência do governador aqui”
A presidente da Alema, deputada Iracema Vale (PSB), rejeitou com veemência qualquer insinuação de que o governo estadual influencia decisões da Mesa Diretora:
“É constrangedor quando se diz ou se fala que teria alguma interferência do governador aqui”, declarou, reforçando que o rito de indeferimentos é regimental e tradicional na Casa.
Evangelista expõe histórico de indeferimentos
O deputado Neto Evangelista (União Brasil) apresentou um levantamento da própria Mesa Diretora, mostrando que mais de 90 requerimentos foram indeferidos em legislaturas passadas, sem qualquer protesto dos atuais oposicionistas.
Em tom direto, ele citou um caso emblemático envolvendo Carlos Lula, hoje deputado e opositor, mas que à época era secretário estadual de Saúde. Um requerimento que solicitava informações sobre a distribuição de um medicamento na rede pública foi indeferido sob sua gestão, sem reação dos parlamentares que hoje se dizem surpreendidos com a prática.
“Tem é muito. Acho que era praxe da Casa; agora não pode mais ser?”, ironizou Evangelista.
“Dois pesos, duas medidas”
A base governista criticou o que chamou de “dois pesos e duas medidas” adotados pela oposição, apontando incoerência entre o discurso atual e a prática passada. O episódio evidenciou a tentativa da oposição de criar um fato político em cima de procedimentos administrativos internos e comuns ao funcionamento da Alema.
“Foi um momento de constrangimento total para os oposicionistas, que não conseguiram rebater os dados concretos apresentados pela base”, avaliou um dos governistas.